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Dino, o ‘desmancha-rodinha’ da Esplanada…

Dino, o ‘desmancha-rodinha’ da Esplanada…

Thais Oyama, do Uol

Dino virou o “desmancha-rodinha” da Esplanada. Tirando Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), com quem o ex-governador do Maranhão e ex-juiz federal militou no PCdoB antes de migrar para o PSB, o titular da Justiça não tem amigos entre os colegas de ministério.

Costuma estar cercado por desafetos —a maioria incomodada com o que considera ser um excesso de visibilidade e proativismo da sua parte. Camilo Santana é um deles.

Logo após o atentado que vitimou quatro crianças numa escola de Blumenau (SC), o ministro da Educação foi encarregado pelo presidente Lula de liderar um grupo de trabalho responsável por traçar uma estratégia de combate à violência nas escolas.

O atentado foi no dia 5 de abril e, antes que amanhecesse o dia 6, Dino já havia anunciado ações de governo em entrevista coletiva, reunido-se à tarde com representantes de grupos, inclusive de estudantes, e informando de madrugada em suas redes sociais a abertura de um inquérito para investigar células neonazistas.

Numa discussão com Dino em altos decibéis, Camilo Santana acusou o colega de tê-lo “atropelado”.

Dino respondeu-lhe dizendo que não compactuava com “omissões”. Nas primeiras discussões que se seguiram ao atentado, Camilo Santana defendeu que o governo federal não deveria “trazer o problema para si”, já que a segurança nas escolas era de responsabilidade dos estados e municípios.

Por meio de sua assessoria, o titular da Educação negou ter “discordado da entrada do governo federal no apoio às ações de proteção ao ambiente escolar” depois do ataque de Blumenau.

Hoje, a relação entre os dois ministros é gélida.

Em junho, o tempo fechou com Ana Moser. Na manhã do dia 3, um sábado, Dino foi surpreendido por um telefonema da ministra do Esporte.

Furiosa do outro lado da linha por saber que ele firmaria um convênio com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Moser mal se deu ao trabalho de dizer bom dia ao colega. Comunicou-lhe que estava ao lado do presidente Lula e iria colocá-lo no viva-voz.

Flávio Dino, então, ouviu Lula pedir-lhe, do ruidoso evento em que se encontrava em Brasília (um treino da seleção brasileira feminina de futebol), que desse “uma segurada” na assinatura do convênio até que ele fosse discutido com Moser. Contrariado, o ministro cancelou a assinatura da parceria por meio da qual o Ministério da Justiça cederia à CBF um sistema que acusa a presença de devedores ou fugitivos da Justiça tão logo um deles tente passar pela catraca de um estádio.

Dino diz não ter tempo para lidar “com essas coisinhas de fogo amigo”. Ex-meio-campista nas peladas que disputava nas praias de São Luís quando era estudante de direito, ele afirma que não consegue ver uma bola parada.

“Se está perto do gol, eu chuto. Às vezes erro, às vezes acerto, mas não cometo o pecado da omissão”.

Continue lendo aqui.

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