O Governo do Maranhão, por meio de nota oficial, contestou matéria publicada nesta segunda-feira, 7, pelo jornal Estado de S. Paulo, que tenta vincular o nome do governador Carlos Brandão a supostos favorecimentos em contratos públicos com a empresa Qualitec, pertencente ao prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos.

Segundo o governo, mais de 50% dos R$ 909 milhões citados na matéria correspondem a obras iniciadas ou concluídas antes do atual mandato, portanto, durante o governo anterior. Esses pagamentos, explica a nota, são obrigações contratuais legalmente firmadas que cabem à atual gestão honrar, como parte da continuidade administrativa, conforme determina a legislação.
Ainda de acordo com o levantamento do próprio Governo, a Qualitec — uma das principais empresas do setor de engenharia que atuaram entre 2015 e 2022 — já havia sido contratada por meio de licitações públicas no governo passado. Só na Secretaria de Infraestrutura, por exemplo, foram firmados contratos que somam mais de R$ 444 milhões nesse período, dos quais R$ 319 milhões foram pagos ainda naquela gestão, restando R$ 132 milhões quitados na atual administração.
A nota detalha também que, na Secretaria de Governo, 68,5% dos valores pagos entre 2015 e 2024 foram herdados da gestão anterior, e apenas 31,5% dos pagamentos foram firmados na atual gestão. Contratos com outras secretarias, como Educação, Turismo, Caema, Aged e regionais, também foram firmados em administrações anteriores.
Outro ponto importante destacado pelo Governo do Maranhão é o crescimento patrimonial da empresa Qualitec antes mesmo da atual gestão. Conforme relatório da Junta Comercial do Maranhão, entre 2017 e 2021, o capital social da empresa saltou de R$ 410 mil para R$ 3,2 milhões, um aumento de mais de 690%, o maior da história da empresa, o que desmonta a narrativa de crescimento atrelado exclusivamente à gestão Brandão.
A seguir a íntegra do comunicado do governo do Maranhão:
“Dos R$ 909 milhões questionados, mais de 50% são de obras iniciadas ou concluídas (e não pagas) pelo governo anterior, antes do início do mandato do atual governador Carlos Brandão.
A Qualitec foi uma das duas empresas de construção civil (a outra foi a Gomes Sodré) mais demandadas de 2015 a 2022 pelo Governo do Maranhão, diga-se, por meio de contratos legalmente licitados.
Só na Secretaria da Infraestrutura, o total de contratos daquela época foi de R$ 444.556.346,59 – dos quais foram quitados 85,69% (R$ 319,1 milhões), ficando 14,31% (R$ 132,4 milhões), para serem pagos pelo atual governo.
Na Secretaria de Governo, (de 2015 a 2024) as contas somam R$ 203,7 milhões, das quais 68,5% (R$ 139,5 milhões) vieram da gestão anterior (2015/2022) e apenas 31,5% (R$ 64,1 milhões) são do atual governo.
Existem contratos, ainda, em outras secretarias, como da Caema, Secretaria Regional de Imperatriz, Educação, Aged e Turismo, sempre em proporção semelhante aos já detalhados em relação às gestões anterior e atual.
Conforme relatório técnico emitido pela junta Comercial do Maranhão em 03/07/2025, em 2017 o capital social da Qualitec era de R$ 410,8 mil. Ao término de 2021 chegou a R$ 3,2 milhões, uma evolução de 691,27% – o maior de toda a história da empresa até os dias atuais.
O Governo do Estado esclarece que todos os contratos firmados com prestadores de serviços diversos estão dentro da legalidade, e que arca com os compromissos firmados institucionalmente, atuando com responsabilidade e compromisso com o dinheiro público.”
Sobre a matéria do Estadão
A tentativa do jornal O Estado de S. Paulo de transformar dados públicos e contratuais em escândalo político não é nova. Esta não é a primeira vez que setores da chamada “grande imprensa” tentam associar o nome do governador Carlos Brandão a supostos gastos exorbitantes, repetindo uma narrativa construída sem apresentar qualquer prova de ilegalidade.
A reportagem desconsidera que a maior parte dos contratos foi firmada antes da atual gestão, omite os percentuais de repasses herdados e silencia sobre o fato de que pagamentos de contratos aditivados ou em execução são práticas corriqueiras da máquina pública, respeitando os trâmites legais.
A íntegra da matéria do Estadão:
https://www.estadao.com.br/politica/coluna-do-estadao/maranhao-pagou-r-900-milhoes-a-empresa-de-prefeito-cuja-vice-e-sobrinha-do-governador/