A Prefeitura de São Luís preparou uma programação especial no Arraial da Cidade, na Praça Maria Aragão, para comemorar os dias de São Pedro e São Marçal, santos reverenciados por milhares de devotos da ilha, celebrados na quarta-feira (29) e quinta-feira (30).
“São Pedro e São Marçal são santos importantes das festas juninas e a gestão do prefeito Eduardo Braide preparou uma comemoração especial para o público que tem prestigiado a festança junina da Prefeitura. Uma variedade de brincadeiras vai passar hoje e amanhã pelo palco da Maria Aragão e animar o público com o melhor dos ritmos juninos, que embalam os nossos corações nesta festa tão bonita”, enfatiza o secretário de Cultura, Marco Duailibe.
A programação começa hoje (29), às 18h, com apresentações do boi Estrelinha da Cohab Mirim, quadrilha Fogueira Viva, Caroço Tremembés, show com Luiz Júnior e bois de Axixá, Novilho dos Lençóis, Boi do Una e Itapera de Maracanã. No Barracão do Forró, se apresentam Seu Raimundinho e Forró Pé no Chão, e Trio Mandacarú.
Já na quinta-feira (30), data em que se celebra São Marçal, o cantor Augusto Neto abre a noite, seguido pelo tambor de crioula Arte Nossa. Depois, é a vez do cantor Pepê Júnior subir ao palco. A programação segue com os bois de Morros, União da Baixada, Upaon-Açu, Barrica e de Sonhos. A festa no Barracão do Forró será comandada pelos grupos Trio Bom Demais e Forró Pesado.
Mistura de ritmos, cores e danças da cultura maranhense
O Arraial da Cidade, na Maria Aragão, tem sido palco de encontro das maiores e melhores atrações da cultura maranhense e de cantores conhecidos do público local. Na última terça-feira (28), se apresentaram o Grupo Gdam, boi da Fé em Deus, show com Cecília Leite e bois de Santa Fé, Pirilampo, de São Simão e Maracanã. Os grupos Cabozé, Trio Poeirão e Não Gela agitaram o Barracão do Forró.
Antonio Ribeiro, mais conhecido como Mestre Tunico, tem 84 anos e há 56 participa do boi da Fé em Deus. Ele é Mestre de Cultura, reconhecido pelo Ministério da Cultura, em 2007. A brincadeira tem sotaque de zabumba, e suas toadas entoam versos com críticas sociais. É comum entre os bois de zabumba esse viés questionador, já que muitos grupos são originados de quilombos, chamados bois de resistência.
“Sou cantador e compositor do grupo, que tem 96 anos de existência. Nossas músicas fazem as pessoas pensarem sobre os problemas da sociedade. Usamos a cultura para ensinar. Temos oficinas para ensinar os integrantes a tocar instrumentos e compor toadas. É uma satisfação muito grande fazer parte do boi”, compartilha Mestre Tunico.
Carioca que mora em Aracaju (SE), a professora universitária Joyce Palha, 40 anos, escolheu a temporada junina para visitar o Maranhão pela primeira vez. Ela está de férias e conta que, do Nordeste, só faltava ela conhecer os estados do Piauí e Maranhão. “A viagem está melhor do que eu esperava. Já tinha ouvido falar do boi, mas não sabia dessa variedade de sotaques, nem que o boi era batizado pelo padre. Achei fantástico! Também não conhecia o tambor de crioula, nem as danças portuguesas. Os prédios de São Luís são lindos e tem muitas casas de cultura. Gosto de aprender com a cultura dos lugares que visito e ter referências para aplicar em sala de aula”, conta Joyce Palha.