A Comissão de Orçamento da Câmara de Vereadores de São Luís, presidida
pelo vereador Gutemberg Araujo (PSDB), discutiu nesta terça-feira à
tarde, (04), no plenário da Casa, em audiência pública, o projeto de Lei
Orçamentária Anual para 2019, apresentado pela Prefeitura.
Impossibilitado de comparecer à reunião, Gutemberg foi substituído na
presidência pelo colega Osmar Filho (PDT), relator do projeto na
Comissão. A audiência foi secretariada pelos vereadores Honorato
Fernandes (PT) e Concita Pinto (PEN).
Umbelino Junior (PPS), Genival Alves (PRTB) e Honorato reagiram contra a
redução de recursos financeiros para educação, esportes e saúde, e
reclamaram contra as péssimas condições de ruas, avenidas e falta de
drenagem profunda. Propostas de emendas ao Orçamento ainda podem ser
apresentadas por vereadores, no gabinete de Gutemberg, até às 17 horas
desta quarta-feira. Dia 10, o relator Osmar Filho declarou que irá
entregar seu relatório ao presidente da Comissão de Orçamento.
Além dos vereadores citados, participaram também da audiência o líder do
governo na Câmara Pavão Filho (PDT), Ricardo Diniz (PRTB), Raimundo
Penha (PDT); Pedro Lucas (PTB) e membros do gabinete de Estevão Aragão
(PSB). Para oferecer mais esclarecimentos sobre a proposta de Lei
Orçamentária, o secretário de Planejamento de São Luís, José Cursino
Raposo, se fez presente, acompanhado de técnicos, e dos colegas
secretários Jota Pinto, de Articulação Política; Delcio Rodrigues, de
Fazenda; e Andreia Lauande, da Criança e da Assistência Soical.
A estimativa de receita pela Prefeitura para 2019 é de 3 bilhões, 195
milhões, 675 mil e 802 reais, dos quais 2 bilhões, 113 milhões e 328 mil
são gastos vinculados a pagamentos obrigatórios por lei com saúde (40
por cento), educação (30 por cento) e assistência social (1,29 por
cento). Daquela estimativa inicial sobram 1 bilhão, 82 milhões, 533 mil
e 474 reais. Ainda assim, deste total, a Prefeitura só pode dispor para
livre aplicação 811 milhões, 900 mil e 105 reais. O restante, cerca de
270 milhões, 633 mil e 369 reais são destinados a gastos obrigatórios
com encargos da administração com juros e pagamentos de empréstimos
contraídos.
EXPLICAÇÕES/INDAGAÇÕES
Aberta a audiência, Osmar Filho ofereceu a palavra ao secretário José
Cursino, que fez uma breve, mas detalhada explanação da proposta da
Prefeitura. Ele explicou que, em face da recessão nos negócios no país,
a previsão de arrecadação é baixa, porém esta será a realidade com a
qual a Prefeitura terá de lidar, como vem fazendo desde 2015.
Fraqueada a palavra aos vereadores, Umbelino Júnior (PPS) declarou que
falta previsibilidade na gestão pública em infraestrutura viária e de
drenagem na cidade, ficando isto muito claro no inverno, e que a
apresentação genérica de números orçamentários não se traduz em
aplicação efetiva do dinheiro previsto. Ele lembrou que o Ministério
Público está com investigação aberta na Secretaria Municipal de Saúde
para apurar desperdício de medicamentos, como sulfato ferroso, ao tempo
em que a população carece de remédio. “E pior – salientou -, para 2019
está prevista uma redução de 16 milhões, 302 mil e 488 reais no programa
Farmácia Básica”.
Genival Alves (PRTB), por sua vez, quis saber do secretário Cursino se
ainda existem recursos orçamentários neste ano que pudessem ser
aplicados para minorar a carência no atendimento aos pacientes nos
hospitais, que estão com corredores abarrotados. De mesmo modo, indagou
sobre como anda a tomada de empréstimo ao Banco do Brasil (R$ 100
milhões) e à Caixa Econômica Federal (R$ 240 milhões), autorizados pela
Câmara de Vereadores neste ano.
Enquanto isso, embora reconhecendo a perda de arrecadação com a crise
econômica, Honorato Fernandes (PT) expressou preocupação com a redução
de recursos financeiros para 2019 nas áreas de esportes e educação
pública, que neste caso terá menor destinação que às escolas
comunitárias. Já, Leonardo Castro, do gabinete de Estevão Aragão, que
não pôde comparecer, frisou que, no entendimento do vereador, o gestor
municipal deveria se preocupar mais com a atenção básica de saúde, com o
melhor funcionamento dos hospitais e maior destinação de recursos para
escolas e creches públicas que com as comunitárias.
RESPOSTAS
José Cursino, em resposta, lembrou que o projeto de Lei Orçamentária
Anual é uma proposta aberta a alterações naquilo que convém e que está à
disposição dos vereadores para buscar o consenso sobre o que for melhor.
Ele disse que a Prefeitura já está com os projetos executivos de estudos
de bacias hidrográficas de São Luís quase pronto para buscar fontes de
financiamentos e solução aos problemas de macrodrenagem na cidade.
Quanto aos financiamentos autorizados pela Câmara, ele frisou que as
tratativas estão em curso e que o prefeito espera concluir no próximo
ano. Cursino também disse que em 2019 a obra no Estádio Nhozinho Santos
será concluída e que, quanto à diminuição dos recursos financeiros do
programa Farmácia Básica, irá buscar a resposta junto ao secretário de
Saúde para responder aos vereadores.
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