O deputado estadual Carlos Lula (PSB) participou, nesta segunda-feira (17), do programa Fala Timbira, da Rádio Timbira, em São Luís. Durante a entrevista, o parlamentar destacou a escalada de violência nas escolas, preocupação crescente no país.
Segundo Carlos Lula, a violência nas escolas é um problema complexo que deve envolver comunidade escolar, família e sociedade. “Não há soluções simples para problemas complexos. Esses episódios de violência dentro das escolas mostram uma situação grave de adoecimento mental. Isso é um sintoma e temos que nos perguntar qual o problema também da sociedade em que estamos vivendo? Visto que o aluno passa, em média, 25 horas por semana na escola e no restante do tempo entendemos que ele está onde? Com a família”, ponderou.
Para o deputado, não adianta armar as escolas para garantir que não haja ataques. Ele usou o exemplo dos Estados Unidos que, em 2021, gastou cerca de 15 bilhões de dólares em segurança nas escolas e ainda assim os ataques aumentaram.
“Temos que nos perguntar por que 30% dos adolescentes e crianças, depois da pandemia, têm sintomas de ansiedade ou depressão. E a pergunta que devemos fazer é, que sociedade é essa que está lhes adoecendo? Quem permite que nossos adolescentes tenham acesso tão facilitado a algum tipo de arma, a ponto de massacrarem os colegas de turma? Eu acho que esse é o grande nó: o adoecimento do professor, das famílias, das crianças e adolescentes. Dessa forma começaremos a tratar de fato de um problema que é muito maior e que não está somente na escola”, pontuou Carlos Lula.
Parlamento
Carlos Lula destacou que a Assembleia Legislativa está analisando projetos visando o combate à violência nas escolas. A Casa realiza, nesta terça-feira (18), uma audiência pública que envolverá vários setores para tratar sobre o tema.
“Estou propondo um Projeto de Lei que vai tratar de saúde mental, tanto de pais quanto de alunos e professores. Além disso, um Observatório da Violência nas Escolas que vai poder apontar ao longo do ano, um relatório para os órgãos de controle explicando que medidas foram adotadas para diminuir a violência no ambiente escolar. Minha preocupação maior é com as medidas ao longo prazo. A saúde mental é o desafio desse século e temos que tê-la como necessidade urgente”, avaliou.