Desde que os governadores voltaram a ser escolhidos pelo voto direto, em 1982, o cargo de vice-governador foi, na maioria dos casos, fonte de problemas graves para os titulares.
Dos oito governadores eleitos de lá para cá – Luiz Rocha, Epitácio Cafeteira, Edison Lobão, Roseana Sarney, José Reinaldo Tavares, Jackson Lago e Flávio Dino -, apenas Edison Lobão, Roseana Sarney, nos dois últimos mandatos, e Flávio Dino, nos seus dois mandatos consecutivos, não enfrentaram a conversão de vices em adversários incômodos.
A tranquilidade com que Flávio Dino governou tendo Carlos Brandão (PSB) como vice é a mesma que ele, Carlos Brandão, encontra-se vivenciando tendo Felipe Camarão (PT) como o segundo na hierarquia do Governo.
Resultado da cuidadosa engenharia política concebida por Flávio Dino, a chapa Brandão/Camarão foi a equação perfeita naquele momento e que se revelou inteiramente acertada com a vitória da chapa em turno único.
Felipe Camarão, um jovem advogado com sólida formação técnica, e que juntou no mesmo matulão preparo e competência, fartamente demonstrados como secretário de Estado da Educação ao longo dos Governos Dino, agora acrescenta um traço decisivo: habilidade política. No seu primeiro ano como vice-governador, Felipe Camarão foi o aliado integral.
Primeiro permanecendo à frente da Secretaria de Educação, e depois como substituto eventual do governador, tendo cumprido as suas obrigações sem qualquer ato, gesto ou palavra que ferisse a aliança que une os seus partidos.Ao contrário, todos os seus movimentos têm sido no sentido de fortalecer a aliança.
Como vice-governador, Felipe Camarão cumpriu rigorosamente toda a agenda que o levou várias vezes ao comando temporário do Governo, podendo-se dizer o mesmo do secretário de Estado da Educação. À frente do Governo, manteve o ritmo da máquina pública e tomou decisões que lhe couberam na interinidade.
Além disso, encontra tempo para participar de reuniões partidárias, consolidando cada vez mais o espaço que conquistou na legenda desde que se converteu ao petismo e passou a ser peça-chave da equação que resultou na chapa Brandão/Camarão.
Ao longo de 2023, Felipe Camarão foi um dos suportes que garantiram estabilidade ao Governo Carlos Brandão.