A Superintendência da Polícia Federal do Maranhão prendeu em flagrante, na manhã da última sexta-feira (17/10), três pessoas envolvidas em um esquema de lavagem de dinheiro por meio de saques em espécie que totalizaram R$ 500 mil.
A ação ocorreu no município de São Luís/MA e teve como objetivo desarticular o núcleo financeiro responsável por movimentar recursos públicos desviados. Na ocasião, foram apreendidos R$ 419.350,00 junto com os envolvidos.
As investigações indicam que os valores têm origem em emendas parlamentares estaduais destinadas a instituições culturais de fachada, contratadas para realizar eventos que provavelmente nunca aconteceram.
Segundo os levantamentos preliminares, parlamentares teriam direcionado emendas a essas entidades para que, após o repasse dos recursos públicos, seus presidentes realizassem saques em espécie de forma fracionada e dissimulada, possibilitando o desvio e a ocultação da real destinação dos valores.
Uma das envolvidas, que é assessora parlamentar, inclusive, foi presa quando tentava, após o saque, dirigir-se à Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão para entregar uma mochila contendo R$ 400.000,00 a uma deputada estadual, que seria Helena Duailibe. A parlamentar negou qualquer envolvimento.
“Sobre os fatos que você me narrou, confesso que fui surpreendida com tudo o que aconteceu. Não conheço quaisquer dos envolvidos.Também não tive ciência do inteiro teor do inquérito e ainda aguardo essa ciência para fazer uma manifestação pública. Digo de antemão que nunca recebi ou receberei em nenhuma hipótese valores indevidos de quaisquer naturezas. Fico à disposição para maiores esclarecimentos”, escreveu.
Também surgiu a informação de citações de outras duas deputadas estaduais – Andreia Rezende e Cláudia Coutinho – e ambas emitiram Nota sobre o assunto.
O total dos valores supostamente desviados já ultrapassa R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Os três presos (Maria José de Lima Soares, presidente do Boi de Maracanã, Larissa Rezende Santos, assessora parlamentar e Ivan Jorge da Piedade Madeira, presidente da Companhia de Cultura Popular Catarina Mina) foram conduzidos à Superintendência Regional da Polícia Federal no Maranhão, onde foram autuados em flagrante pelo crime de lavagem de dinheiro, previsto no artigo 1º da Lei nº 9.613/1998.
As investigações prosseguem para apurar a participação de outros crimes e envolvidos, inclusive possíveis agentes públicos beneficiados pelo esquema, bem como o envolvimento de verbas federais e/ou a finalidade do desvio, como para a prática de caixa dois eleitoral.
O crime de lavagem de capitais pode chegar até 10 (dez) anos de reclusão.