
A nova pesquisa RealTime Big Data, divulgada nesta segunda-feira (1º), mantém um padrão já conhecido desse tipo de levantamento: trata-se de um instituto cuja metodologia costuma amplificar candidatos com forte presença digital, intensa exposição diária e alto engajamento nas redes — perfil que, no Maranhão, se encaixa perfeitamente em Eduardo Braide (PSD).
Mesmo dentro desse cenário naturalmente favorável ao prefeito de São Luís, o resultado traz uma leitura incômoda para seu projeto de disputar o Governo do Estado em 2026. Braide aparece com 35%, contra 25% de Orleans Brandão (MDB), como mostra o levantamento.
O ponto central não está no placar, mas no comportamento das curvas, avaliam aliados do emedebista.
Orleans rompe a barreira
Para estes, a marca de 25% atribuída a Orleans é significativa por um motivo simples: não se trata de voto de nicho, tampouco de engajamento digital. “É voto distribuído territorialmente, apoiado em base política e estrutura municipal crescente, algo que pesquisas de amostragem rápida não costumam inflar”, destaca um dos mais próximos aliados do pré-candidato do MDB.
Se mesmo dentro de um modelo que favorece o “candidato da internet” Orleans surge com um quarto do eleitorado, isso indica que seu nome já alcançou capilaridade real no estado, impulsionado pelo apoio do governo e por uma rede de prefeitos em expansão.
Esta é a conclusão lógica dos governistas.
Para Braide, o problema é o tempo
Para quem já está no auge da visibilidade como prefeito da capital, com presença diária na mídia e forte atuação digital, aparecer com apenas 10 pontos de vantagem dez meses antes da eleição não é sinal de força, mas de teto.
Braide deveria estar voando em céu de brigadeiro, mas em todos os mais recentes levantamentos, parece haver atingido um pico de intenções de votos.
Se não decolou agora, é muito pouco provável que alce voos maiores mais adiante, porque não tem a seu favor o fator desconhecimento. Pelo contrário, é difícil alguém no Maranhão que já não sabe de quem se trata o prefeito da maior cidade do estado.
O fator agravante é a rejeição. A margem curta somada a índices de rejeição elevados tende a criar um funil estratégico: Braide não tem espaço natural para crescer sem perder em outra ponta.
Em resumo, a pesquisa que deveria consolidar sua pré-candidatura acaba revelando uma possível falta de musculatura para sustentar um enfrentamento majoritário estadual.
Orleans aparece onde precisaria estar
No ponto do calendário em que a corrida se encontra, Orleans ocupa exatamente a posição ideal para quem constrói uma candidatura robusta, avaliam seus apoiadores.
E citam por quê:
- segundo lugar consolidado – às vezes aparecendo em primeiro;
- 25% das intenções;
- baixa rejeição;
- apoio do governo;
- capilaridade municipal crescente;
- espaço para crescimento orgânico; e
- uma base que tende a se ampliar com a entrada oficial da campanha.
O fato de Orleans ter atingido esse patamar em um cenário metodologicamente desfavorável reforça a interpretação predominante entre analistas: ele é, hoje, o nome mais bem posicionado para chegar ao segundo semestre de 2026 em curva ascendente.
Por conta disso, acreditam os brandonistas, a margem de Braide só tende a diminuir; a de Orleans, a crescer.
A RealTime Big Data, que tradicionalmente deveria favorecer Braide, acaba produzindo o efeito contrário: mostra que ele não tem folga para disputar o governo – e que Orleans chega forte, competitivo e em plena expansão eleitoral.

