Catia Seabra
Um dia depois do ex-governador da Bahia Jaques Wagner, nesta
terça-feira (10), foi a vez do ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro
admitir a possibilidade de apoiar um candidato de outro partido, caso o expresidente
Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de disputar a Presidência.
Mesmo confrontado com a hipótese de o PT ter um substituto a Lula, o
chamado Plano B, Tarso afirma que poderá apoiar Guilherme Boulos (PSOL)e Manuela
D’Ávila (PC do B). Ele exclui o pedetista Ciro Gomes de sua lista.
“Lula é o meu candidato até o último minuto. Se ele não for, estou aberto ao
melhor candidato que unifique a esquerda. Boulos e Manuela são dois grandes nomes”, afirmou.
Na noite de segunda-feira (9), durante o debate promovido pelo INP
(Instituto Novos Paradigmas), Tarso foi mais enfático. Ao lado do candidato
do PSOL, Genro definiu a figura de Boulos como marcante na política
brasileira.
“Se o presidente Lula, que é o maior e mais completo líder popular do país,
não for o candidato, porque está sob ataque de um violento processo de
lawfare, eu vou te apoiar, por uma série de razões que estamos inclusive
debatendo aqui”, disse Genro a Boulos.
A exemplo de Boulos, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, defendeu
unidade dos partidos de esquerda.
“Hoje, temos bons níveis de unidade porque essa unidade é defensiva, mas e
fora da ideia defensiva? Este tipo de reunião é importante para pensar
juntos, com generosidade. Nós estamos dispostos a colocar o que temos a
serviço desse processo político. Esse é o nosso gesto”, afirmou.
Os deputados petistas Mária do Rosário e Henrique Fontana participaram do
debate. Na manhã de ontem, às portas do PT, Wagner defendeu que o
partido apoie o candidato de outro partido se Lula não concorrer.
Segundo Wagner, lançar um plano B seria se render a uma imposição da
Justiça.
“Sou contra escalar um substituto”, afirmou.
Fonte – Folha