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Carnaval 2018: Prefeitura de Santa Rita resgata manifestação culturais e valoriza personagens locais

Carnaval 2018: Prefeitura de Santa Rita resgata manifestação culturais e valoriza personagens locais

 

Com o intuito de resgatar a cultura popular de Santa Rita, o prefeito Hilton Gonçalo determinou que a Secretaria municipal de Cultura, promova homenagens especiais aos nomes que marcaram a cidade. E esse ano, o escolhido foi o saudoso Raimundo dos Santos Gouveia, mais conhecido como, Raimundo Prego, responsável por muitas festas e por incorporar ao carnaval da cidade o hábito de usar a fantasia de fofão.
Raimundo Prego usou o seu personagem, o Fofão, e conquistou as crianças da época com sua máscara de gorila, o que se eternizou como protagonista de uma historia que durou décadas, lembrada até hoje por pessoas que vivenciaram aquele momento.

Essa foi uma das propostas de campanha apresentadas por Hilton Gonçalo. Na época, ele prometeu resgatar as manifestação culturais locais.

A ideia de retratar o passado desse artista popular com o tema Fofão de Ouro partiu do secretário municipal de cultural, Didi Muniz, que buscou aprofundar a vida pregressa de Raimundo Prego ouvindo relatos de familiares, em seguida apresentou a proposta ao prefeito Hilton Gonçalo que de imediato recebeu o aval do gestor.

“Mais do que justo homenagear essa pessoa que tanto contribuiu para a cultura do nosso município”, disse Didi Muniz.

Quem foi Raimundo Prego?

Nascido em 16 de outubro de 1922, Raimundo Prego, como era conhecido, tem seu registro de nascimento no povoado Centrinho – na época, pertencente ao município de Rosário-MA. Filho adotivo do casal Apolinário Damásio Gouveia e Joana Santos Gouveia, Raimundo teve que lutar por sua subsistência ainda criança, e aos 12 anos vendia leite para os vizinhos.

Em 1955 conheceu Dona Raimunda e dessa união, nasceram 8 filhos. A família de costume muito simples vivia de forma tranquila e Raimundo Prego, vendo a família crescer, se viu obrigado a mudar para capital São Luís, na busca de novas oportunidades de emprego, e assim sustentar a família.

Já na capital, Raimundo conseguiu emprego na Rede Ferroviária Federal (RSSFA) e durante anos alimentou a fornalha da “Maria Fumaça” que fazia a linha São Luís / Teresina – tão cantada por João do Vale! Foi nesse interim, que Raimundo se tornou boêmio, conheceu os encantos da noite, e nessas noitadas aumentou a prole, chegando a ter mais 26 filhos.

Grande devoto de Nossa Senhora da Conceição, fazia todos os anos o festejo da Santa no mês de dezembro no antigo povoado São Bernardo (hoje Ilha das Pedras) em Santa Rita. Mas a maior alegria de Raimundo era o período carnavalesco, era no carnaval que Raimundo Prego vestia o manto sagrado do fofão e saia pelas ruas e povoados de Santa Rita, traduzindo em sua genial performance, a verdadeira essência do carnaval de rua.

Vestido de fofão, Raimundo Prego enriqueceu a cultura das cidades de São Luís, São José de Ribamar e Santa Rita, em especial Carema. Há quem diga que “aquele fofão era mais amável do que feio… Trazia mais alegria do que medo” palavras de quem ouviu com carinho as histórias de saudoso negão.

Mas no dia 19 de outubro de 1994 a boneca caiu da mão do fofão, a máscara deu lugar ao rosto frio e olhos fechados e o manto sagrado do fofão, ocupou o vazio de uma gaveta fria. Naquele dia, o generoso coração de Raimundo Prego parou e deixou o carnaval em lágrimas. Seu legado foi seguido por seus filhos e até os dias atuais, o sangue cultural de Raimundo corre quente nas veias da família.

Graças a Raimundo Prego e muitos outros, a cultura de Santa Rita hoje é rica, e pode com orgulho trazer para os dias atuais a imagem de um grande ícone, a quem devemos reverenciar no império de momo.

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