A ilha de São Luís chegou ao quarto dia de lockdown com suas ruas e avenidas cada vez com menor movimentação. O governador Flávio Dino (PCdoB) vem obedecendo a decisão judicial e determinou bloqueios em 50 pontos estratégicos dos quatro municípios da Grande Ilha.
Até agora a medida foi bem aceita pela grande maioria da população. É o que aponta pesquisa Big Data divulgada na última quinta-feira (7).
De acordo com o levantamento, 84% dos moradores de São Luís aprovam o bloqueio total para conter a curva crescente do novo coronavírus na região metropolitana.
A pesquisa também aponta que 69% dos entrevistados aprovam o trabalho do governador Flávio Dino no controle epidemiológico da Covid-19.
Apesar da boa aceitação, a efetividade do lockdown deu mote para ataques políticos contra Flávio Dino. A alegação é que o bloqueio total tem maior adesão em áreas mais nobres do que nos bairros populares.
Nesta sexta-feira (8), em uma rede social, o governador agradeceu a grande maioria da população que vem respeitando o confinamento e condenou o que ele chamou de “perseguições” e “grande inverdade”.
“Dizer que nos bairros não estão colaborando com o lockdown é uma grave inverdade. É também um desrespeito aos moradores de tais bairros. Enquanto alguns querem perseguições, eu reconheço e agradeço o apoio para o enorme sucesso do lockdown”, disse o governador.
Para Flávio Dino, as críticas “desrespeitam os sacrifícios da população”.
“Esses que dizem que nos bairros que chamam de “nobres” há colaboração, e que nos demais não, desrespeitam os sacrifícios da população por causa do coronavírus. Eu reconheço o esforço de todos quanto ao lockdown. As exceções são poucas. Temos mais de 80% de adesão. Ótimo”, afirmou.
“Lockdown profilático”
O Maranhão foi o primeiro estado brasileiro a anunciar cidades em lockdown. Para reduzir ainda mais o fluxo nas cidades, Dino anunciou hoje a utilização de um sistema de rodízio para tráfego de carros.
Apesar das restrições, em entrevista à Globo News, Flávio Dino disse que o lockdown em São Luís é “profilático”.
“Não temos uma situação de caos, mas o que estávamos observando é que a demanda estava crescendo muito rápido e acima da nossa capacidade de expansão da oferta de leitos e profissionais de saúde”, explicou.
Cientistas vem recomendando o confinamento compulsório em vários estados do país. Belém (PA) e Fortaleza já aderiram à medida. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendou a implantação urgente do lockdown no Estado do Rio para evitar uma “catástrofe humana de proporções inimagináveis”.