
O governador Carlos Brandão está cumprindo missão internacional em Londres, Inglaterra, onde participa da Semana de Ação Climática, evento pré-COP30 que ocorre em novembro em Belém (PA). Em um dos primeiros compromissos da agenda foi formalizada uma parceria que garantirá mais de US$ 100 milhões em investimentos para a recuperação de áreas de floresta, regularização fundiária e combate às queimadas no Maranhão.
Realizada na capital inglesa até o dia 27 deste mês, a Climate Action Week (Semana de Ação Climática) é um evento anual que reúne especialistas e organizações de diversas áreas para discutir e promover ações relacionadas a mudanças climáticas.
Em reunião com representantes do Mercuria Energy Group, uma multinacional suíça de comercialização de commodities, foi formalizada uma aliança estratégica para a execução de projetos de restauração de florestas no estado.
Durante a reunião, o governador Carlos Brandão informou que já há uma parceria do Governo do Maranhão com a multinacional em execução no estado, e que o novo acordo vai garantir mais benefícios para a população maranhense.
“Nós já temos uma parceria com o Mercuria no município de São Bento, onde construímos o maior viveiro público do Brasil para plantio de açaí e recuperação de áreas degradadas. Agora nós apresentamos um novo projeto, que foi aprovado por eles. Com isso, vamos expandir esse trabalho que, com certeza, vai ser um exemplo de recuperação de áreas degradadas na na COP-30, servindo de modelo para o Brasil e o mundo”, ressaltou Brandão.
Por meio do Fundo Silvania, o grupo investirá mais de 100 milhões de dólares para recuperação de áreas degradadas, intensificar a regularização fundiária e combater queimadas, por meio dos programas Floresta Viva, Paz no Campo e Maranhão Sem Queimadas.
Enric Arderiu, vice-presidente do Mercuria Energy Group, informou que a parceria com o Governo do Maranhão visa conseguir o maior impacto possível dentro dos programas estaduais. “Inicialmente, o foco estará nas terras degradadas, onde é possível fazer a maior recuperação possível em menor tempo. Depois vamos expandindo para outras áreas, ampliando esse trabalho e atingindo o maior resultado possível dentro dos projetos”, explicou.
Programa Floresta Viva
O programa recupera áreas degradadas, fortalece cadeias produtivas sustentáveis e estimula o manejo responsável dos recursos naturais. São mais de 100 famílias beneficiadas no maior viveiro público do Brasil, localizado no município de São Bento. Mais de 1.200 kg de sementes já foram distribuídas a diversos municípios maranhenses, totalizando 1 milhão de sementes entregues a Anapurus, São Bento, Paço do Lumiar, Pastos Bons, Gonçalves Dias e Santa Luzia. O programa segue em expansão para outras cidades, como Anajatuba, criando alternativas de renda com espécies nativas.
O secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais, Pedro Chagas, destacou a importância do programa já em execução no município de São Bento, bem como os avanços que o Maranhão tem avançado muito na área ambiental. “Aqui em Londres nós sentamos com um dos maiores fundos de investimento em meio ambiente, garantindo recursos para preservar nossos recursos naturais, gerando emprego e renda no nosso estado. Isto é prova da segurança jurídica do estado para a atração de novos investidores, aliando a pauta ambiental, de regularização fundiária com os debates nacionais e internacionais do setor”, disse.
Programa Paz no Campo
A ação garante a regularização fundiária e valoriza as comunidades rurais e tradicionais do Maranhão. Até o momento mais de 14 mil títulos de terra já foram entregues, beneficiando mais de 18 mil famílias. No Eixo Quilombola, 24 comunidades foram tituladas, atendendo 1.400 famílias.
Maranhão Sem Queimadas
Desde 2020, as ações são direcionadas aos municípios com maior índice de queimadas, incluindo formação de brigadistas, doações de equipamentos, ações educativas e capacitações, que tiraram o Maranhão da 2ª posição para a 4ª em número de queimadas. A meta é atender todas as cidades onde há alta ocorrência de focos. O trabalho vem reduzindo impactos ambientais negativos, como degradação dos ecossistemas e perda de biodiversidade, garantindo benefícios para toda a população.
Potencial maranhense
Celso Fiori, diretor do Mercuria Energy Group no Brasil, destacou que o Maranhão é o estado brasileiro com maior potencial de recuperação de áreas degradadas. “O Maranhão tem Amazônia, Cerrado, Caatinga e manguezais. Consequentemente, é um estado que traz muitas oportunidades de desenvolvimento em soluções baseadas na própria natureza, envolvendo as comunidades e aumentando a biodiversidade. Além disso, é um estado no qual nós temos a confiança necessária para fazer os investimentos”, afirmou.
Peter Seligman, presidente do Conselho do Silvania Conservation International, afirmou que a parceria entre o Governo do Maranhão e o Fundo Silvania é um conceito pioneiro. “A ideia é que as duas partes trabalhem juntas para garantir que os esforços de reflorestamento no estado beneficiem o povo do Maranhão. Este projeto abrange não apenas o meio ambiente, mas também o combate à pobreza, por meio de novas oportunidades para as comunidades”, pontuou.
A parceria entre o governo do Estado e o Mercuria Energy Group foi captada pela Investe Maranhão. “Ao longo desta semana aqui, em Londres, vamos debater diversas potencialidades para tecnologia sustentável e bioeconomia. Essa parceria com o Mercuria é fundamental para as políticas de sustentabilidade no nosso estado, pois vai garantir um investimento superior a US$ 100 milhões na recuperação ambiental por meio dos programas inovadores do Governo do Maranhão, que vão reverberar no desenvolvimento econômico e social do estado”, comentou Cauê Aragão, presidente da Investe Maranhão.
O Fundo Silvania foi criado para investir, exclusivamente, em soluções climáticas naturais globais para apoiar a concretização das metas do Acordo de Paris e da Iniciativa 30×30 da ONU, além de conectar mercados, promover a transição energética e sua ambição de ajudar o mundo a atingir o Net Zero.
Semana de Ação Climática
Iniciada dia 23 deste mês, em 2025 a Semana de Ação Climática tem destaque especial em razão da COP30, que ocorre em Belém (PA), em novembro, sendo importante para destacar políticas públicas e iniciativas privadas que garantam a preservação da floresta e dos povos amazônicos.
O financiamento climático em países em desenvolvimento, como o Brasil, deve ser o legado da COP30, que herdará a meta estabelecida na COP29 de mobilizar US$ 1,3 trilhão para financiamento climático até 2035.
O Maranhão tem participado dos eventos pré-COP exatamente para atrair os olhares desses investidores. A presença do Maranhão fortalece a atração de recursos para programas como o Floresta Viva e o Paz no Campo. O estado já atraiu recursos do Canadá para o Programa Terras para Elas, por meio do Fundo ONU-Brasil.
Em Londres, a missão oficial maranhense tem como objetivo formalizar investimentos internacionais em restauração florestal com regularização fundiária no estado. A parceria com fundos privados viabilizará a recuperação de áreas degradadas com espécies nativas e frutíferas, gerando renda às famílias, segurança jurídica e acesso ao mercado de créditos de carbono.