Um recado direto, em tom firme e com alvo conhecido. Durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, neste domingo (4), o presidente Lula deu uma bronca pública – sem citar nomes – que caiu como uma bomba no colo do vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT).
“Não basta querer ser candidato, é preciso que o partido também queira”, disparou Lula diante de uma plateia atenta, que incluía lideranças nacionais e regionais. Camarão, presente no auditório, ouviu calado o aviso que já circula nos bastidores como uma freada direta em seus planos para disputar o Governo do Maranhão em 2026.
Embora ainda em fase de pré-articulação, o nome de Camarão já vinha sendo costurado por setores ligados ao grupo dinista, numa tentativa de manter o PT na cabeça de chapa. No entanto, enfrenta duas barreiras pesadas: a resistência interna do próprio partido — que cobra obediência à linha nacional — e a preferência do atual governador Carlos Brandão (PSB), que trabalha abertamente para lançar o sobrinho, Orleans Brandão, como sucessor.
Ao falar sobre candidaturas estaduais, Lula não poupou palavras:
“Tem gente que acha que é só querer ser candidato. Mas a decisão é do partido. Vamos avaliar quem tem apoio, viabilidade, quem pode vencer. Isso é política, não é vontade pessoal.”
Para analistas, o recado de Lula foi cirúrgico. Embora não tenha citado nomes, a crítica chegou com endereço certo — e com a autoridade de quem manda no partido. No PT, projeto individual sem alinhamento estratégico não prospera.
Nos bastidores, aliados de Camarão reconheceram que a fala do presidente soou como um “freio de arrumação”. A legenda quer evitar disputas prematuras que possam rachar a base aliada antes da hora. E, principalmente, impedir que projetos pessoais se sobreponham ao plano nacional de fortalecimento do partido.
O recado está dado: quem quiser concorrer com o apoio do PT, terá que passar primeiro pelo crivo da executiva nacional — e da vontade de Lula.
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Fonte: @portalimaranhao