Com 25 anos de experiência em campanhas políticas, o marqueteiro Pablo Nobel afirma que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino é o melhor nome da esquerda para disputar a Presidência da República em 2026.
Nobel comandou a campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo e colaborou com a campanha de Javier Milei no segundo turno das eleições argentinas. No ano passado, liderou a vitória do prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos), e esteve ao lado de André Fernandes (PL) em sua tentativa de desbancar os mais de 20 anos de domínio da esquerda em Fortaleza (CE).
“Acredito que o Flávio Dino é o melhor nome da esquerda para 2026. Explico: é articulado. Dá respostas ácidas e afiadas quando pressionado, o que funciona bem nas redes sociais. É nordestino, o que pode ajudar a esquerda numa região onde o prestígio do lulopetismo está caindo, segundo as últimas pesquisas. Tem experiência como gestor público e ainda casou com a sua mulher recentemente. E sabemos que ser casado é uma condição relevante para uma candidatura nacional”, diz Nobel, consultor de comunicação política da agência PLTK.
O marqueteiro lembra que Dino, assim como Nelson Jobim, é um dos poucos quadros no País com passagem pelos três Poderes: Legislativo, Judiciário e Executivo. Antes de assumir uma cadeira no STF, Dino foi governador, deputado federal, senador e ministro da Justiça.
Para disputar a Presidência em 2026, Flávio Dino precisaria renunciar ao cargo de ministro do STF até abril daquele ano, respeitando o prazo de desincompatibilização exigido pela lei eleitoral.
Haddad desgastado para 2026
Para Nobel, apesar de ser apontado como possível sucessor de Lula, Fernando Haddad (PT) não é a melhor escolha para o campo. “Ele está vindo de três derrotas consecutivas e será responsabilizado pelo fracasso da gestão econômica, sobretudo pelo aumento do preço dos alimentos. O aumento de tributos também não ajuda: o apelido de “Taxad” pegou, e isso certamente terá consequências eleitorais.”
Nem mesmo Lula, segundo Nobel, seria a melhor escolha para a esquerda em 2026. Ele vê o presidente sem um projeto claro de País e desconectado das novas formas de comunicação.
No início da carreira, em 2002, Nobel foi convidado por Duda Mendonça para dirigir a campanha presidencial de Lula, então líder sindical em sua terceira tentativa de chegar ao Planalto. Mais tarde, trabalhou em campanhas do PSDB, incluindo a de Aécio Neves contra Dilma Rousseff em 2014. Nos últimos anos, o marqueteiro passou a atuar com foco maior em campanhas da direita. (Estadão)