Após ter seu nome atrelado a um verdadeiro escândalo de manipulação de dados para a obtenção irregular de recursos públicos, o prefeito de São José de Ribamar, Dr. Julinho, do Podemos, em uma tentativa de evitar sanções mais graves, vai assinar um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) com o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA). Sua gestão foi acusada de matricular 21 mil alunos irregularmente e, com isso, garantir um repasse de mais de R$ 32 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).
De acordo com um relatório do TCE-MA, a Prefeitura de São José de Ribamar inflou suas estatísticas de matrículas em regime de tempo integral para se beneficiar dos recursos do FUNDEB. No entanto, a realidade é diferente: atualmente, apenas uma escola no município oferece ensino integral e somente 1,57% dos estudantes da rede municipal estão, de fato, inseridos nessa modalidade. A revelação trouxe à tona o descaso com a educação no município e a manipulação dos números para a obtenção de verbas, deixando a população em estado de alerta.
A situação de São José de Ribamar é tão grave que foi alvo de uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo. Porém, conforme a matéria, o prefeito não soube explicar onde estariam os alunos e a destinação dos recursos recebidos irregularmente.
Após a matéria, o prefeito apareceu em vídeo ao lado de uma aluna afirmando que a exploração da macaxeira no solo é um tipo de educação integral, tentando desmentir a reportagem do Fantástico e o próprio relatório do TCE-MA. “Estou fazendo aqui, neste momento, uma educação integral com Gabriele, uma menininha do 4º ano fundamental. Estou mostrando para Gabriele como se explora a macaxeira no solo. Portanto, essa demonstração nada mais é do que educação integral”, afirmou o prefeito.
O vídeo gerou ainda mais polêmica e virou alvo de memes na internet em todo o país, trazendo críticas ao modelo de gestão implantado na cidade, principalmente na área da educação.
A assinatura do TAG junto ao TCE é uma tentativa clara do prefeito Dr. Julinho de escapar das sanções previstas. No acordo, a Prefeitura se compromete a criar mais de 21 mil vagas para a educação em tempo integral e apresentar, em 90 dias, um plano de ampliação progressiva. No entanto, há dúvidas sobre a real intenção de cumprir tais obrigações. A falta de transparência e o histórico de má gestão da atual administração alimentam a desconfiança da população. A pergunta que fica é: onde estão os mais de R$ 32 milhões já recebidos? E por que esses recursos ainda não foram aplicados na melhoria da educação?
Esse ajuste de gestão soa como uma afronta aos cidadãos de São José de Ribamar, que testemunham a incompetência e o descaso da atual administração. O município segue em um estado de crise na educação, enquanto Dr. Julinho se protege por trás de um acordo, evitando punições mais severas. A situação deixa claro que a Prefeitura preferiu manipular dados em vez de enfrentar a realidade e resolver os problemas da educação.
Acordo: