O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que a sua filiação ao Patriota está “quase certa” e comparou as negociações em andamento com o novo partido a um “casamento”, durante conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
“Está quase certo. Estamos negociando. É como um casamento, né? Programado, planejado, para não dar problema, né?”, disse o presidente, ao responder questionamento de um apoiador se “todo mundo agora é Patriota”.
Na semana passada, o senador Flávio Bolsonaro, filho de Bolsonaro, também anunciou que estava migrando do Republicanos para o novo partido.
Ironia com 51
Durante a conversa, Bolsonaro voltou a fazer críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu virtual adversário nas eleições presidenciais do ano que vem. Depois, sem citar nomes, ele fez piada com o número 51, número que representa o Patriota. “Será que com esse número aquele cara não vota na gente, não?”
Bolsonaro referia-se supostamente à marca de cachaças 51.
No livro “A Verdade Vencerá – O Povo Sabe Por Que Me Condenam”, publicado pela Boitempo em 2018, o ex-presidente Lula afirma: “Se eu tiver que beber, bebo em casa. Tudo isso para me cuidar. Por isso fiquei nervoso com aquele cara do New York Times quando ele fez aquela matéria sobre o Lula beber, porque eu duvido que um jornalista tenha me visto bêbado alguma vez. A última vez que bebi para valer foi quando nós compramos bebida para ver Brasil e Holanda na Copa de 1974”.
E a Aliança pelo Brasil?
Após rixa interna, Bolsonaro deixou o PSL —partido pelo qual foi eleito presidente da República— em novembro de 2019. Na época, ele disse que deixaria a sigla para a criação do partido Aliança pelo Brasil.
Fundado em novembro de 2019, após Bolsonaro romper com o PSL, o projeto para criação da sigla Aliança pelo Brasil não obteve 10% das assinaturas necessárias. Em fevereiro, porém, o presidente chegou a dizer que discussão sobre o Aliança seria retomada no início de março, após a eleição da Câmara e do Senado, o que não ocorreu.
Em novembro do ano passado, Bolsonaro afirmou que, se não conseguisse a cota necessária para impulsionar o projeto, “a gente, em março, vai ter uma nova opção”. Diante da inviabilidade, a alternativa poderia ser a de filiar-se a outros partidos, como Progressistas, PSL, Republicanos, PTB e PL, que já acenaram interesse no nome do presidente, além do Patriota. UOL